segunda-feira, 24 de março de 2014

Na rota das artes (parte II)

Depois de um Sábado todo virado para as artes, seguiu-se um Domingo igualmente artístico. E como vos disse no post anterior, foi literalmente sempre a andar. Seis quilómetros, para ser mais precisa!
Já aqui falei do Art Month Sydney - Festival de Arte Contemporânea, que decorre durante o mês de Março. São mais de 200 eventos e exposições, muitos deles gratuitos, que podem ser vistos, visitados, admirados e explorados por todos. Quando nos últimos dias de Fevereiro descobri o projecto, quis logo inscrever-me nos passeios guiados pela cidade que eles organizavam. Mas estavam todos esgotados e a solução foi ficar em lista de espera. A sorte sorriu-me e consegui um lugar no 'walking tour' Pyrmont to Glebe, precisamente no Domingo, dia 23. 
Cinco minutos depois da hora marcada, estava no ponto de encontro mas sozinha porque o grupo tinha começado o roteiro exactamente às 13h. Sim, atrasei-me. Muito raramente, também me acontece. É bom que se diga que as indicações não eram precisas e acabei por fazer um pequeno desvio que me custou 5 minutos. Enquanto esperava que eles voltassem (a pessoa que estava à espera dos atrasados, disse-me que eles iam passar por ali), aproveitei para dar uma vista de olhos no Pirrama Park. Como é habitual, o parque estava cheio de famílias e grupos que aproveitavam o dia de sol para piquenicar e conviver.

O Pirrama Park fica na ponta da Península Pyrmont Ultimo
 
Enquanto uns almoçavam no café, outros trouxeram de casa

Sem stress, lá apanhei o 'comboio em andamento' e segui viagem. O percurso que abrangia três áreas, Pyrmont, Ultimo e Glebe, revelou-se uma mistura entre o novo e o antigo. Fomos 'saltando' entre o passado e o moderno, alternando entre estátuas de outros tempos e obras contemporâneas. Se umas pretendiam homenagear algo ou alguém, outras eram simplesmente uma forma do autor comunicar com o comunidade.

Glebe War Memorial - Homenagem aos combatentes na I GGM

Os 'troncos amarelos' simbolizam troncos de árvores que supostamente sustentam o viaduto

Apesar do pouco sentido de orientação do nosso guia (por duas vezes, saiu da rota), lá fomos passando pelos pontos assinalados no mapa. De Pyrmont seguimos para Ultimo e mesmo ali ao lado ficava o Central Park Sydney, onde na véspera tinha andado sem imaginar que uma das paragens de hoje seria lá. O Central Park Sydney é um enorme empreendimento urbanístico, com fortes preocupações ambientais e de sustentabilidade. O projecto engloba apartamentos, um centro comercial, um parque e um conjunto de infraestruturas direccionadas para o comércio, a cultura e a comunidade local. O edifício principal tem um imenso jardim vertical que não passa despercebido a ninguém.

A placa no topo do edifício reflecte a luz solar para evitar as sombras no parque

O efeito do jardim vertical é muito agradável
 
Também singular é o motivo da nossa visita: Halo. Segundo os autores, o objectivo da obra é relembrar aos observadores o ritmo da natureza e contribuir para a criação de um espaço tranquilo em perfeita sintonia com o meio envolvente. O facto de ser possível ver a rotação tanto do aro como do mastro quando está vento, enfatiza o cenário descrito. Isso é que o eles dizem, porque na prática não sei será mesmo assim. Como ontem não estava vento, nada feito.
 
Halo - tanto o mastro como o aro não são estáticos
 
Foi já na parte final do 'tour' que vi as duas obras que mais me chamaram a atenção. Pela simplicidade do projecto, da ideia e do objectivo dos autores fiquei convencida. Gostei do painel em cerâmica que simboliza a mistura de culturas e tradições que (con)vivem lado a lado. É aí que nasce o futuro. Gostei da cerca colorida que alegra as manhãs das crianças quando chegam à escola.

'Sementes do futuro'

A 'cerca colorida' da escola pública de Glebe, da autoria de Nuha Saad

Missão cumprida. Seis quilómetros em 3h com muitas histórias e arte pelo meio.

See you soon!

1 comentário:

  1. Fiquei com vontade de estar junto ao Central Park, pareceria uma formiguinha junto ao edifício... Deve ter valido a pena cumprir esta Missão, pela arte e pelo exercício físico... Boa caminhada em 3 horas...
    Beijo

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