Na rota das artes (parte I)

O meu fim-de-semana foi dedicado ao mundo das artes. Entre galerias, exposições e passeios foram dois dias bem preenchidos, com muitos quilómetros nas pernas. Vi obras que apreciei, outras que gostei menos e outras ainda que me fizeram pensar quem é que ia pagar o que pediam por 'aquilo'. Há de facto gostos para tudo.   

Antes da vertente artística, tive tempo para outra descoberta cultural. Porque Sábado é dia de ir ao mercado e, mesmo estando longe, a tradição é para manter lá fui eu até ao Eveleigh Farmers Market (a minha escolha para esta semana). São mais de 70 bancas ocupadas por agricultores e produtores locais e pelos, tão famosos por estas bandas, 'artisan food' (à letra, artesãos da comida). Todos os Sábados entre as 8h e as 13h, podemos comprar legumes, fruta, pão, bolos, azeites, carne, flores, salmão fumado, ervas aromáticas, vinho e muito mais. 

O parque de estacionamento das bicicletas à entrada

A banca onde o pistácio é rei e senhor

Ervas aromáticas

Gelados

Chás

Doces e salgados

Não faltavam bancas de comida e enquanto uns tomavam o pequeno-almoço, outros almoçavam. Hambúrgueres, sanduíches, crepes, muffins estavam à disposição. No entanto, havia uma banca mais concorrida do que qualquer outra. A fila era enorme e enquanto aguardavam, as pessoas iam comentando. Aqui e ali alguém fotografava. Aproximei-me e descobri o motivo de tanta confusão: Kylie Kwong. Para os leigos, é uma chef australiana super conhecida e convidada frequente do MasterChef Austrália. O restaurante dela tem uma banca no mercado e ela é presença assídua com os seus petiscos asiáticos.

Kylie Kwong numa pausa depois de se ter queimado

A confusão em torno da banca do restaurante Billy Kwong

O mercado decorre no Carriageworks, um espaço dedicado à arte e à criatividade que veio ocupar um antigo complexo da indústria dos caminhos de ferro. O projecto, uma iniciativa do governo, abriu portas em 2007. O edifício principal alberga um pequeno restaurante, uma galeria e recebe exposições e eventos. Mesmo ao lado decorre o mercado, numa estrutura coberta.

Perspectiva quando se chega

O edifício principal do Carriageworks à direita

Na ponta oposta à entrada

Foi precisamente aqui que eu dei início ao meu roteiro das artes, sem contar com isso. A Bienal de Sydney arrancou no dia 21 (Sexta-feira) e o Carriageworks é um dos palcos. Vi os trabalhos expostos mas tenho de confessar que não fiquei fã. Chamem-me clássica mas não entendo estes conceitos modernos de arte. Aproveitei e também vi as pequenas exposições que estavam patentes.

Não fui a única interessada na Bienal

Uma pequena sala de boas vindas

Hadley + Maxell - Como matar um buda

Anna Tuori - Apaga as tuas velas, Laura

A tarde foi dedicada às galerias. Na prática, o Porto tem a zona de Miguel Bombarda, Sydney tem Chippendale. São vários espaços distribuídos por ruas vizinhas, onde podemos ver gratuitamente exposições e instalações. Com a ajuda do meu 'gallery guide', elaborado pela Chippendale Creative Precint, lá fui dando com elas. Este guia é um dos projectos desta organização criada com o objectivo de promover Chippendale como um pólo de indústrias culturais. Dos 14 espaços referidos, só falhei dois e porque estavam fechados. Na maioria dos casos, estamos a falar de uma ou duas salas (pequenas). Havia no entanto uma excepção: White Rabbit Gallery. Inaugurada em 2009, foi criada para mostrar uma das maiores colecções privadas do mundo de arte chinesa contemporânea. Gostei sobretudo do espaço e da forma como envolvem os visitantes com a arte. Quase sem darmos por ela, percorremos os quatro andares (são pequenos) e vimos obras totalmente distintas umas das outras.

White Rabbit Gallery

Visita guiada

São 4 andares dedicados à arte chinesa contemporânea

Deixo para amanhã a segunda parte da minha incursão no mundo das artes. Posso adiantar que no Domingo foi sempre a andar...

See you soon!

Hadley+Maxwell, How to Kill a Buddha, 2012

Hadley+Maxwell, How to Kill a Buddha, 2012